segunda-feira, 3 de setembro de 2018






A FELICIDADE COMO OBJETIVO

A Psicanálise não promete a felicidade, pois não existe, porém pode estimular o acesso aos seus desejos mais profundos e isso irá contribuir para que os prazeres possam existir e necessários a serem vividos.

Segundo Freud, em “Além do Princípio do Prazer” (1920), somos apresentados ao desejo no momento da amamentação, enquanto bebês.

Após passarmos por esta experiência, repetitivamente buscamos por toda a vida e com o tempo como criança na fase edipiana, somos chamados pelo mundo ao mesmo tempo em que é necessária a existência de satisfação total. Para haver esse desejo é necessário que tenha suportado uma castração simbólica.

O que se chama gozo, em Psicanálise, seria uma felicidade total, mas que na realidade é um prazer parcial, pois a felicidade nunca pode ser total. A satisfação total inexiste, ela é apenas a linha no horizonte. Esse gozo, quando se insiste na forma de estar, causa angústia e esse é um sinal de que algo deve e precisa ser entendido.

Em “Além do Princípio do Prazer”(1920), Freud explica uma busca da felicidade que seria a “pulsão de morte”, esse gozo que não é capaz de alcançar  porque é inatingível e que o desejo e o prazer é a “pulsão de vida”. Explica ainda, que a felicidade implica na realização do princípio do prazer que rege o psiquismo humano desde o início da vida. Apesar do princípio da realidade, o objetivo nunca é abandonado. Ameaças a todo o momento aumentam a medida que o indivíduo se socializa, pois estas são cumpridas, são reprimidas ou recalcadas e são como os sintomas que podem levar à depressão.

Pelo domínio do princípio da realidade a satisfação é adiada e o desprazer tolerado, gerando conflitos internos.

Os modelos de felicidade apresentados pela mídia e pela sociedade, às vezes levam o sujeito a fazer tudo o que necessita para ser feliz, mas podem descobrir que não é de fato. Pois que a felicidade é uma outra questão muito mais interna que idealizada.

Em suma, a esperança e a vontade podem provocar frustrações e angústias, mas podem também fazer com que se depare com o que não está preparado para enfrentar.

Em sua história de vida cada um constrói uma estrutura psíquica individual e não conseguir superar as tendências e mudanças que são inerentes à humanidade ao entrar em uma estratégia de controle interno.

A vontade de viver é a nossa pulsão de vida, é o desejo de viver, e a sua ausência  é a pulsão de morte. A falta de desejo e a entrega ao desânimo prolongado pode levar a depressão.

Quando não se deseja aparecem as neuroses, onde tudo perde sentido.

Se tivéssemos tudo que desejássemos e nada nos faltasse, não haveria mais motivo para pensar, falar, andar ou fazer qualquer coisa. Deixaríamos de ser e existir, pois isso seria a própria morte.

Diz Freud, que se um dia a Humanidade deixar de desejar, o mundo deixa de existir. Assim como a frase de Jacques Lacan, psicanalista francês, “desejo é o desejo de desejo”.

Desejo é vida!

A angústia é um indicador que nos aponta o desequilíbrio entre as sensações e dependendo da predominância pode ocorrer a depressão.

A angústia se apresenta com um aperto no peito, palpitações, sudorese e dificuldades de respiração.

A Psicanálise, no processo analítico deve surpreender o indivíduo de forma inovadora e reestruturante, onde o desejo é o grande remédio que combate a angústia.

É no processo analítico que o analisando tem a oportunidade de se redescobrir e que possui uma formaúnica de viver, que encontra sua condição prazerosa e saudável da vida, proporcionada por seus desejos, passando a entender que as insatisfações fazem parte da vida do ser humano e que deve compreendê-las para superá-las, reconstruindo um nova forma de ser.

CELSO RASTINI BORGES
Psicanalista Clínico Integrativo
@psicanalistacelsorastiniborges
Faça seu agendamento pelo WhatsApp (11)97104-1530

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