A Psicanálise não promete a felicidade, pois não existe,
porém pode estimular o acesso aos seus desejos mais profundos e isso irá
contribuir para que os prazeres possam existir e necessários a serem vividos.
Segundo Freud, em “Além do Princípio do Prazer” (1920), somos
apresentados ao desejo no momento da amamentação, enquanto bebês.
Após passarmos por esta experiência, repetitivamente buscamos
por toda a vida e com o tempo como criança na fase edipiana, somos chamados
pelo mundo ao mesmo tempo em que é necessária a existência de satisfação total.
Para haver esse desejo é necessário que tenha suportado uma castração
simbólica.
O que se chama gozo, em Psicanálise, seria uma felicidade
total, mas que na realidade é um prazer parcial, pois a felicidade nunca pode
ser total. A satisfação total inexiste, ela é apenas a linha no horizonte. Esse
gozo, quando se insiste na forma de estar, causa angústia e esse é um sinal de
que algo deve e precisa ser entendido.
Em “Além do Princípio do Prazer”(1920), Freud explica uma
busca da felicidade que seria a “pulsão de morte”, esse gozo que não é capaz de
alcançar porque é inatingível e que o
desejo e o prazer é a “pulsão de vida”. Explica ainda, que a felicidade implica
na realização do princípio do prazer que rege o psiquismo humano desde o início
da vida. Apesar do princípio da realidade, o objetivo nunca é abandonado.
Ameaças a todo o momento aumentam a medida que o indivíduo se socializa, pois
estas são cumpridas, são reprimidas ou recalcadas e são como os sintomas que
podem levar à depressão.
Pelo domínio do princípio da realidade a satisfação é adiada
e o desprazer tolerado, gerando conflitos internos.
Os modelos de felicidade apresentados pela mídia e pela
sociedade, às vezes levam o sujeito a fazer tudo o que necessita para ser
feliz, mas podem descobrir que não é de fato. Pois que a felicidade é uma outra
questão muito mais interna que idealizada.
Em suma, a esperança e a vontade podem provocar frustrações e
angústias, mas podem também fazer com que se depare com o que não está
preparado para enfrentar.
Em sua história de vida cada um constrói uma estrutura
psíquica individual e não conseguir superar as tendências e mudanças que são
inerentes à humanidade ao entrar em uma estratégia de controle interno.
A vontade de viver é a nossa pulsão de vida, é o desejo de
viver, e a sua ausência é a pulsão de
morte. A falta de desejo e a entrega ao desânimo prolongado pode levar a
depressão.
Quando não se deseja aparecem as neuroses, onde tudo perde
sentido.
Se tivéssemos tudo que desejássemos e nada nos faltasse, não
haveria mais motivo para pensar, falar, andar ou fazer qualquer coisa.
Deixaríamos de ser e existir, pois isso seria a própria morte.
Diz Freud, que se um dia a Humanidade deixar de desejar, o
mundo deixa de existir. Assim como a frase de Jacques Lacan, psicanalista
francês, “desejo é o desejo de desejo”.
Desejo é vida!
A angústia é um indicador que nos aponta o desequilíbrio
entre as sensações e dependendo da predominância pode ocorrer a depressão.
A angústia se apresenta com um aperto no peito, palpitações,
sudorese e dificuldades de respiração.
A Psicanálise, no processo analítico deve surpreender o
indivíduo de forma inovadora e reestruturante, onde o desejo é o grande remédio
que combate a angústia.
É no processo analítico que o analisando tem a oportunidade
de se redescobrir e que possui uma formaúnica de viver, que encontra sua
condição prazerosa e saudável da vida, proporcionada por seus desejos, passando
a entender que as insatisfações fazem parte da vida do ser humano e que deve
compreendê-las para superá-las, reconstruindo um nova forma de ser.
CELSO RASTINI BORGES
Psicanalista Clínico Integrativo
@psicanalistacelsorastiniborges
Faça seu agendamento pelo WhatsApp (11)97104-1530
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